Seca

De um lado falta água, de outro entra ar nas torneiras

Continua o problema na rede de água. Agora é a vez da Balsa e da Zona Norte

Jô Folha -

Na Balsa as pessoas continuam sem água e um protesto contra o desabastecimento em cerca de mil residências, que dura três meses, foi realizado na tarde desta sexta-feira (24), na frente da sede da Associação dos Moradores. A expectativa do Sanep é de melhorar a situação a partir da abertura do Reservatório 3 (R3), na rua João Manoel esquina com Andrade Neves, Porto. Os registros foram refeitos por um torneiro e à noite seria colocada água para limpar a tubulação, o que poderá escurecer a água de novo, como aconteceu em casas na rua Gomes Carneiro. As medidas, no entanto, ainda não terminam aí. O resultado da análise das manobras só sairá em três dias, a contar de segunda-feira. 

Segundo o diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia, a autarquia levanta preços para aquisição de equipamento específico à limpeza da tubulação de ferro e espera com as manobras reservar 1,5 milhão de litros a mais na rede para que a água desça com mais força. Ele acredita que será suficiente para abastecer a região. Salienta que a Balsa é uma área localizada quase em cima do dique e por ser mais alta e no fim da rede, sofre com a falta de pressão. Antes mesmo de chegar ao local, a água já perde força.

O problema é o mesmo que acontece no Porto, diz Garcia. As temperaturas ainda estão altas e o consumo segue aumentado, como ocorre no verão. O Porto é o fim da rede e se há consumo exagerado no Centro, tem reflexos na região.

O diretor-presidente explica que a água entra pelo R4 (situado na rua Pinto Martins, Cohabpel), abastece até o 3, na João Manoel, onde espalha para o Porto. É o ponto mais distante do sistema de distribuição. É o mesmo problema que ocorre no Laranjal, também o mais distante da rede. Além disso, conta com uma tubulação obsoleta - centenárias. O R3 não funciona há oito anos e o R4 ficou desativado por quatro. Mesmo desativados, a rede leva água até lá.

O que acontece, na realidade, é uma sucessão de problemas, que levou à situação crítica atual, explica Garcia, que afasta ser decorrente da pavimentação da rua Paulo Guilayn. A obra pode até acarretar algum dano no sistema, que na prática é resolvido em seguida. Ele acredita que ao ativar o R3 será possível aumentar a pressão d'água, que acaba não subindo para as caixas porque só chega a 20 ou 30 centímetros.

No chuveiro mesmo, só à noite. Mas durante o dia as dificuldades são ainda maiores, conta a proprietária de uma padaria da Balsa. Lucila Oliveira Soares diz que só sai água da torneira pela manhã e acaba em menos de um minuto. Começa a correr um fio, que rapidamente desaparece. Enquanto isso, paga uma conta de R$ 90,00.

O presidente da Associação dos Moradores da Balsa, João Paulo Pinho, sugeriu ao Sanep a construção de um reservatório para a abastecer o Navegantes, o Porto e a Balsa. Ficaria na rua Xavier Ferreira. Porém, a resposta obtida foi de que não há recursosa. Moradora na Travessa 1 da Paulo Guilayn, a dona de casa Maria Borges dos Santos está indignada. O relato é de quem acorda diariamente às 6h para armazenar o pouco de água que consegue. Um vizinho comprou uma bomba. Pagou R$ 300,00 pelo equipamento, que utiliza na madrugada para encher a caixa e não prejudicar ninguém.

Do outro lado da cidade tem ar nas torneiras
Na Zona Norte da cidade tem água nas torneiras. Mas também tem ar. O aposentado Carlos Gonçalves ligou todas de sua casa para mostrar o que acontece. Um problema recorrente, que o deixa aflito. Ele tem certeza de que está pagando a mais na conta de água por isso, porque nos últimos três meses, quando percebeu o problema, a conta passou a aumentar R$ 10,00 por mês. 

O diretor-presidente do Sanep garante que isso não acontece. A explicação vem do engenheiro da autarquia, Arnaldo Soares, e ele faz questão de frisar que o Sanep não insere ar na rede. Isso acontece em lugares altos, onde a pressão d'água diminui. "Qualquer vazamento faz a rede despressurizar e o ar entra nas torneiras de boia e nas caixas de descarga no lugar da água. Vão perceber depois que a água expulsa o ar, que sai pelo mesmo lugar por onde entrou", fala.

A passagem de ar não é significativa no hidrômetro, que marca e desmarca quando isso acontece. "Não posso dizer que essa equação vai dar zero a zero, mas o entendimento é de que não interfira", comenta.

-122447

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Semáforo na Fernando Osório com Armando Sicca começa a funcionar Anterior

Semáforo na Fernando Osório com Armando Sicca começa a funcionar

Próximo

Prefeitura entrega obras no Recanto de Portugal

Deixe seu comentário